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Revisitas...

"Quando chega a hora, E os direitos foram lidos, Eu penso em você, muitas vezes Mas dessa vez eu quis dizer o que eu disse. Aqui eu fico, eu me deito, Em uma casa na colina. Escavada dos escombros, cortada da mata." A liberdade de dizer o que pensa, às vezes, assusta. Viver com a escolha e o peso das palavras proferidas nem sempre é fácil, mas em outros momentos, é tudo que estamos precisando: Falar, reivindicar um direito, o de ser ouvido.  Ser ouvido, deixar de ser ouvidos. há momentos em que só o falar pode libertar do que estamos sentindo. Mas a escolha é árdua, afinal as consequências nem sempre são bonitas.   
Postagens recentes

Insegura

Minha bagagem é  pesada... Trago o peso de muitos abusos... Um medo  se apossa de mim... e eu tento, Tento me sentir suficiente, Minha bagagem é  pesada... Trago dores de muitos pesares... A dor me sufoca... e eu penso, Tudo um dia pode se perder E me fecho, esqueço... Fujo do vir a ser, Até  quando? Vivo me perguntando... Até quando A dor vai me paralisar? Até  quando A bagagem vai ser pesada? Até  quando Me sentirei como me sinto? Até  quando? É  um eco sem respostas!

CANSADA DA INTENSIDADE

Estou no caos... No caos dos meus pensamentos, no caos do luto, no caos das transformações. Estou no caos da depressão, no caos dos abandonos e das perdas.  Meu corpo sente as dores, as cores tácitas do que não entendo. Sentir... Sentir o controle indo embora, controle de si, controle do choro. Sentir cansaço, cansaço do amor e da dor, cansaço do ver partir. Sentir nojo do que está se tornando, sentir o sofrimento te modificar. Pesado... Me tornei pesada, me tornei chata, me tornei desinteressante. Pesada a mim, pesada aos outros, me tornei um peso morto.  Me sinto cansada do peso intenso do caos que vivo. 

São Tempos Difíceis Para quem Sonha

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain , uma comédia francesa (bastante leve) de 2002, com um elenco de peso, e um roteiro apaixonante. Tudo que precisava pra despertar a poesia em mim, nesta tarde de finados. Vou tentar retratar minhas impressões sobre os personagens, tentando ao máximo evitar dar spoiler, do que para mim, é o melhor filme do mundo.  Me identifico muito com Amélie, uma verdadeira lunática, nos nossos dias. Talvez por isso goste tanto do filme, por isso me emociona tanto seus trechos em tons de sépia. A história toda se passa numa vila, com personagens bastante caricatos e engraçados, os franceses quando querem tem um grande senso de humor e, principalmente, nunca perdendo a sensibilidade.  Uma postura amena de vida junto, a um desejo genuíno de ajudar as pessoas, poderia descrever nossa querida protagonista, mas é muito mais que isso. Amélie é uma sobrevivente, uma sobrevivente da vida triste e solitária de uma filha única de pais problemáticos, super...

Eu sei, mas não devia

Marina Colasanti Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números,...

CAFÉ A DOIS - Ana Larousse

Vou guardar os teus soluços mais delicados Teus olhos e teus casacos de fio Vou guardar os teus sorrisos apaixonados Teu jeitinho de sozinho sorrir, mesmo quando só faz frio Vou guardar os teus cabelos tão bagunçados À noitinha antes da gente ir dormir Vou guardar tuas vitórias e os teus pecados E as histórias que eu gostava de ouvir Naquelas tardes de sol, nas manhãs de sol E eu vou guardar tuas manias e os teus errados Teus trejeitos e as covinhas ao rir Vou guardar os teus sossegos mais agitados Teu jeitinho de me fazer sorrir Mesmo quando não faz sol, não faz sol E quando eu não lembrar de mais nada Nem das rugas, nem dos anos Nem dos nomes, e nem do frio Vou querer te contar Como foi o meu dia E passear Te dizer o que eu quero pro jantar Descansar Desse dom De viver só pras lembranças Por não ter mais nada pra guardar Vou poder me sentar enfim E tomar esse café a dois Pra nunca mais vivê-lo só depois. Acordar em plena madrugada e se lembrar de uma música que te m...

Uma Retomada

Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses. Rubem Alves   Eu prometi pra mim mesma, não abandonar meus sonhos e minhas metas. Uma delas é: escrever, nem que seja duas ou três linhas todos os dias, talvez um pouco mais e, mesmo se eu não gostar, postar... um motivo? Preciso voltar a praticar a escrita, ninguém se torna grandioso sem a prática.  Ando precisando praticar muitas coisas. E sinceramente ando entendendo tanta coisa que não tinha o menor interesse há poucos meses. Aprender com os erros, a melhor das aprendizagens.  Aprendi que a omissão de fatos ou de sentimentos e descontentamentos nos leva a perder quem amamos (ou o amor que tínhamos), mas aprendi também que a verdade sem amor é apenas crueldade e que machuca (eu realmente citava a frase, mas não compreendia seu significado, eu fui cruel e perdi admiração, carinho e amor de alguém que me era muito cara.  Aprendi que algumas coisas podemos recuperar, mas isso...