Pular para o conteúdo principal

COMO NASCE UM EXTREMISTA RELIGIOSO?


“O tempo cura as dores e as querelas, porque nos transformamos e não somos mais a mesma pessoa. Nem o ofensor nem o ofendido são mais eles próprios. É como um povo que irritássemos e voltássemos a ver duas gerações mais tarde: são ainda franceses, mas não são os mesmos.” (BLAISE PASCAL)
            De algumas conversas (não só no MSN ou celular,-sim, eu tenho vida social!) e algumas vivências me surgiu a necessidade de pensar sobre os extremismos religiosos, manifestações que se tornam cada vez mais corriqueiras, até no Brasil um país tão tranquilo e harmonioso, ao menos neste sentido.
Percebemos que os extremistas sempre tem um mesmo perfil, não importa a origem do credo, sendo encontrado em uma Igreja apostólica romana, ou em uma evangélica pentecostal ou até em um terreiro de umbanda.
Não citarei todas as religiões existentes hoje no Brasil, até porque a lista é enorme e, a cada dia aumenta mais, devemos isso a facilidade em se “abrir/ fundar”  novas igrejas e sua  grande rede de benefícios, então, em menos de um mês esta se tornaria obsoleta. Explicitarei aqui, distinguindo em blocos. Blocos, estes das mais permissivas, das mais repressivas e das neutras.
As mais permissivas, em teoria, seriam aquelas que não exigiriam condutas específicas de seus seguidores, onde tudo é permitido, que agrada apenas os desejos humanos. As repressivas, sendo seu completo oposto são aquelas que preceituam muitas condutas e não permitem erros, para tanto quando descobrem alguma “podridão” de seus devotos os rechaçam (se esquecendo, muitas vezes, da natureza humana, em que estão mergulhados, inclusive aqueles que preparam e ordenam a sua moral, ética e filosofia) e, por fim as igrejas neutras, são aquelas onde há regras, dogmas e doutrina, entretanto é tratada com maior leveza, principalmente no que diz respeito aos erros.
Com essa divisão conseguirei demonstrar de forma menos confusa a forma com que se dá esse fenômeno social.
Os extremistas costumam se concentrar em todas as instituições, entretanto o que os diferenciam dos “normais”, ou ditos normais, é seu rigor aquilo em que acredita, sendo que suas condutas começam a se tornar autônoma, ou seja, não há nenhum tipo de reflexão sobre aquilo que está sendo executado, se é benéfico ou não. Se ferirá a moral de um outro ou não.
Muitas vezes, esses indivíduos esquecem-se do que é importante ali, que seria a força maior, Deus, Jeová... ou qualquer denominação que queira dar ao ser místico que rege aquela crença.  Nossa, acabo de perceber que falei e falei, mas não esclareci de onde estes surgem.
Bom, acredito que o desfecho é bem mais simples e previsível do que se esperava, podemos aliar o sintoma de falta de reflexão  a preguiça de pensar, nossa, que coisa mais óbvia e um tanto direta, simples  e sem rodeios. Realmente, é uma realidade um tanto dura, principalmente, por que estas pessoas não tem conhecimento do problema, acreditam cegamente, sem nem ao menos saber e, nem se mostram interessados em conhecer.
Podemos também citar a sugestionabilidade em que estas pessoas estão mergulhadas, o que preocupa, pois acreditam, de forma cega naquilo que seu “guru” diz, sem nem ao menos perceber se é mal ou bem... apenas executam suas ordens, o mais triste, que não só com pessoas simples isso acontece, pessoas letradas, pessoas em que a sociedade espera maior reflexão em suas atitudes, mas infelizmente não é o que se observa. Com isso, procuram de todas as maneiras possíveis incutir seus conhecimentos e dogmas aos outros, àqueles que de maneira nenhuma são obrigados, nem de ouvir, muito menos crer.
Indo, agora ao cerne da questão podemos observa a falta de conhecimento que, se não todos a maioria, tem de si mesmos... a questão está intimamente ligada a falta de conhecimento, afinal, se me conheço bem, não permito que me ditem o que fazer, muito menos como fazer e, principalmente, tenho a disposição em perguntar o porque das coisa... quero saber os motivos, gosto de pensar, sou apaixonada por aquilo que creio, tomando medidas bem mais racionais, mesmo que digam que a paixão cega... mas a conversão cega mais ainda.


  Precisamos, de forma consciente acreditar em algo, se não, ficamos um tanto céticos a vida, entretanto a reflexão é o melhor remédio para a colonização que muitos neste meio propõe a seus seguidores. Espero que tenha explicado meu ponto de vista, afinal foi praticamente um ano de trabalho, espera e gestação para elaborá-lo. 

Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é semelhantemente infinita em cada um.

Jean-Paul Sartre



Comentários

  1. O QUE É LIBERDADE? SEGUNDO DJAVAN LIBERDADE VAI NA POESIA VAI MEUS DESTINO QUE VOU SAIR....TALVEZ DEVESSEMOS PENSAR QUEM A POSSUI. TALVEZ ALGUEM QUE COMEYEU UM CRIME E ESTA PRESO SEJA MAIS LIVRE QUE O RICO QUE CORRE SEM FREIO ATRAS DO SEU OURO QUERIDO, CONTUDO SINTO Q POSSO DIZER DO FUNDO DA MINHA ALMA QUE/; DARIA TUDO P VE LA LIVRE SUPERIOR FELIZ SORRINDO . AÍ ME LEMBRO DE QUE ALEM DO QUEM EXISTE O QUANDO. QUANDO? NÃO DEMORE. SERÁ UM PRAZER VE LA FELIZ!
    NÃO SOU O DAVI MAS ESTOU AQUI COM ELE!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Uma Retomada

Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses. Rubem Alves   Eu prometi pra mim mesma, não abandonar meus sonhos e minhas metas. Uma delas é: escrever, nem que seja duas ou três linhas todos os dias, talvez um pouco mais e, mesmo se eu não gostar, postar... um motivo? Preciso voltar a praticar a escrita, ninguém se torna grandioso sem a prática.  Ando precisando praticar muitas coisas. E sinceramente ando entendendo tanta coisa que não tinha o menor interesse há poucos meses. Aprender com os erros, a melhor das aprendizagens.  Aprendi que a omissão de fatos ou de sentimentos e descontentamentos nos leva a perder quem amamos (ou o amor que tínhamos), mas aprendi também que a verdade sem amor é apenas crueldade e que machuca (eu realmente citava a frase, mas não compreendia seu significado, eu fui cruel e perdi admiração, carinho e amor de alguém que me era muito cara.  Aprendi que algumas coisas podemos recuperar, mas isso...

O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias

Pelo tema do meu trabalho de conclusão de curso, na universidade (puxa vida, falta muito pouco para ser uma psicóloga!), venho pesquisando cada vez mais sobre a Ditadura Militar. No cinema há vários recortes desse período, muitos destes estão além da história formal, as memórias individuais, aquelas que ainda não conseguiram o direito de existir, retratando, então, relatos muito particulares na história da sociedade daquele momento, são roteiros de alguns outros, os que foram marginalizados por aqueles que detinham o poder e, seus atos institucionais. No filme “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” (empregado, também, como título desta reflexão), há a apresentação da história  do garoto Mauro, que aparentemente tinha um bom nível de vida, junto de seus pais, em Minas Gerais, entretanto sua vida se transforma em um verdadeiro dramalhão quando seus pais saem de férias, esta sendo uma nomeação de camuflagem para sua fuga, pois eram revolucionários, precisaram manter-se na cla...

BUSCANDO

Dias frios, relações abaladas E eu só penso em você Saudades daquilo que não tive E daquilo que nunca mais terei. Perdendo motivos, verdades Saindo de mim, ou ao menos tentando Buscando... Não sei o que nem porque... apenas buscando. Buscando musica No farfalhar de folhas nas arvores Buscando algo, um pouco de vontade. A minha própria razão se foi Ensandecida, estou louca! Ou, apenas humana? Add caption