Dia desses como faço pontualmente todas as manhãs saí para caminhar pelo parque só não sei explicar o motivo, mas estava diferente aquele dia comecei a observar detalhes antes esquecido por mim e pela maioria do pessoal que caminha no parque aqui de casa, observei as flores plantadas no parque as árvores com um pé de jabuticaba que só via no sítio da minha avó, vi também as pombas que comiam o pão que uma senhora jogava no melhor estilo pica-pau, jurava que coisas do tipo não existiam. Mas é exatamente quando precisamos ficar a sós com nossos pensamentos e conflitos que os detalhes aparecem.
Caminhei mais um pouco até chegar a um banco e me sentar para observar a paisagem foi então que a vi ali recolhendo todo o tipo de lixo que encontrava: papel, plástico, papelão, etc. Coisas que deixam de ter serventia para uns e que se tornam úteis para outros. Curioso, fui até ela e perguntei seu nome, ela me disse que seu nome era Jéssica e sempre me via no parque todas as manhãs, confesso que me senti culpado, pois provavelmente passei várias vezes por ela e quem sabe até joguei coisas no chão quando poderia ao menos tê-las entregue. Até por nunca tê-la visto e ela me disse que não me preocupasse, pois ninguém a via era como se ela estivesse ali só que invisível. Então perguntei o que ela fazia com todo o lixo que recolhia e ela me disse que o vendia a uma fábrica de reciclagem perto de sua casa.
Encantado pelo modo como Jéssica fora simpática com um estranho perguntei se podia a acompanhar até a fábrica e ela disse que sim, pedi que ela me contasse o que acontecia com todo aquele lixo que recolhia. Então ela me disse que a fábrica reaproveitava todo aquele lixo em diferentes formas: faziam vasos, brinquedos, roupas, etc. Jéssica também me contou que ajudava no sustento da família com a venda daquele material (ela nunca se refere ao lixo como lixo) e que seu irmão mais novo trabalha nessa mesma fábrica.
Ao chegarmos, um garoto de nome Thiago veio ao nosso encontro e logo deduzi que deveria ser o irmão de Jéssica, já que as feições eram parecidas: cabelos pretos, pele branca, rosto simpático. Jéssica nos apresentou e disse que eu gostaria de conhecer o trabalho da fábrica e todo o processo de transformação do “material”, que até então não entendia como aquele monte de “treco” poderia ser chamado de material. Thiago me levou até um senhor de nome Jorge que parecia ser o manda chuva da fábrica.
Explicado o motivo que me levara até lá, Jorge começou a me mostrar a fábrica, parte por parte dela. Primeiro ele me levou até um lugar onde eles juntam todo o entulho recolhido parecendo um galpão. Depois vi algumas pessoas separando plástico, metal, papel, etc. A primeira coisa que vi depois foi à espécie de um tanque onde eles colocam todo o papel para fazer caderno, páginas de livros, dentre outras coisas. Aos poucos pude perceber como fazemos mal ao meio ambiente com todo aquele lixo que eles retiram da rua, ou, simplesmente quando estamos na escola e rasgamos uma folha de papel só pra fazer aquelas bolas e jogar nos colegas. Apesar dos professores explicarem desde cedo sobre isso, mas quem não nasceu com “gene ambiental” nunca leva a sério. Depois de várias voltas conhecendo os arredores da fábrica chegamos ao destino final onde todas as obras ficam expostas pude então, pela primeira vez enxergar o material eram obras primas, vasos, enfeites, brinquedos, roupas de bonecas, molduras para fotos, móveis etc a maravilha da reciclagem exposta aos meus olhos como em uma galeria de arte. Comecei então a entender a importância desse feito para o meio ambiente e para a sociedade que preocupada com o próprio ego mal se dá conta, quando joga lixo no chão, do mal que está fazendo ao futuro, e as próximas gerações. Agora todo o meu lixo é separado e graças a Jéssica já tem um destino certo.
Como é dificil pensar nas próximas gerações... se nem ao menos vemos uma pessoa, um outro ser humano, que está bem na nossa cara! Mas legal essa história nos mostra que devemos mudar nossos valores, não só quando precisamos, quando vemos uma situação alarmante, mas sempre... quebrando paradigmas! Muito bom o texto! :)
ResponderExcluirCONCORDO PLENAMENTE COM O QUE VC DIZ NESSA POSTAGEM PRIMEIRO TEMOS QUE APRENDER A CONVIVER COM AS PESSOAS PARA DEPOIS RESPEITÁ-LAS E SOBRE A RECICLAGEM CONHEÇO A FÁBRICA A QUE VC SE REFERE NO TEXTO E SEM DÚVIDA É MESMO UMA OBRA DE ARTE MEUS PARABÉNS ADOREI O POST
ResponderExcluirADORO QUANDO VC PEGA UM TEMA E O ABORDA COM PAIXÃO ELE CONSEGUE TRANSCENDER O ASSUNTO E IR AO AMAGO DA PSUIQUE. PARABÉNS!
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